terça-feira, 13 de julho de 2010

A fazer músicas nos intervalos

Tenho andado ultimamente a escrever letras, durante os intervalos do estudo, sobre temas completamente absurdos. E o mais absurdo ainda é que tenho gostado do resultado final.

Um último tema sobre o qual decidi escrever está relacionado com as expectativas e teorias que se criam em torno de uma pessoa que conhecemos "de vista". Esta situação pode acontecer de diversas maneiras. Por vezes existem aquelas paixões descabidas, pensamos que estamos a observar a melhor pessoa do mundo, mas vai-se a ver isso não acontece. Ou então não gostamos do aspecto de alguém e quando conhecemos melhor essa pessoa a situação torna-se totalmente oposta. É interessante pensar na forma como as aparências nos iludem, muito mais do que aquilo que estamos à espera.

Mas o que é que este tema tem de absurdo? Rigorosamente nada. Mas o contorno que lhe dei é que atinge essas proporções. A letra é uma espécie de história. O sujeito poético tem uma vizinha chamada Filomena (foi-lhe dado este nome simplesmente porque não conheço nenhuma Filomena, e assim evito chatices), pela qual nutre enorme paixão. Os seus cabelos escuros e os seus olhos azuis, aliados ao seu andar sedutor e misterioso, são o mote para esta "paixão". Este deseja conhecer os seus segredos, mas no entanto tem medo que Filomena seja uma pessoa diferente da que ele imagina. De realçar que entre eles existe a típica relação de vizinhos, o "Bom dia" do costume. Certo dia Filomena aborda o jovem e convida-o para um passeio. Desconfiado, aceita o convite, não esperando no entanto a aventura que daí surge, e que os une de uma forma surreal. Não vou revelar já a situação caricata da aventura, mas posso já adiantar que não se trata de uma situação de "sexos trocados" (sou doente, mas não chego a tanto). Além disso a letra ainda está muito fresca, pode ser que amanhã surja uma nova ideia e altere alguns versos.

Fiquei relativamente satisfeito com o resultado final. A música chama-se "Mena". A melodia e a letra estão viradas para um conceito de humor negro e sarcasmo, e penso que funcionam muito bem em conjunto. A inspiração principal veio da exaustiva audição que tenho feito do álbum "Mingos e os Samurais" do Rui Veloso (aos anos que não ouvia isto). Logo mostro então a música ao pessoal.

P.S. - A música até era para se chamar "Lena" (também não conheço nenhuma... creio eu), mas lembrei-me que o Boss AC já tinha uma música com esse nome, e a ideia foi logo renegada. Porquê Helena? Bem, acho que é fácil perceber...

Foto retirada de: http://olhares.aeiou.pt/helena_coelho_6_foto3112775.html

4 comentários:

  1. É bem verdade o que escreveste...muitas vezes, e talvez inconscientemente, as impressões e juízos que fazemos das pessoas condicionam toda a nossa relação com elas, para o mal ou para o bem.

    Ainda bem que pelo meio do estudo arranjas tempo para o processo criativo. Acho que a música é do mais catártico que existe :)

    Um excelente post, para não variar ;)

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  2. A propósito: já tive o prazer de ouvir "A Fuga"...

    Fico à espera de mais :)

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  3. "A Fuga" é uma música já diferente daquilo que ando a fazer agora. Logo te passo quando as tiver gravadas.

    Obrigado pelos comentários ;)

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  4. Ricardo, foi o primeiro concerto que vi dele e gostei. =) *

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