segunda-feira, 21 de junho de 2010

O Baile, ou a história de um amor não amado

No outro dia fiquei muito satisfeito com os comentários positivos que recebi desta música. Num grupo de amigos com alguns copos à mistura, a música surgiu e as reacções foram muito boas. Quando o feedback é positivo dá gosto continuar a fazer música. Bom, mas vou deixar de massajar o meu ego e falar da música em si, que é o que interessa.

A trama desenrola-se possivelmente numa qualquer aldeia ou vila. Nestas localidades é normal as pessoas conhecerem-se todas, e comentarem a vida uns dos outros. O sujeito poético encontra-se apaixonado por uma bela rapariga que vive nessa mesma aldeia (possivelmente a única). No entanto este facto não passa despercebido à restante população, chegando aos ouvidos do rapaz críticas quanto a este relacionamento.

"O Baile" é a típica história do amor rural, que em teoria é puro, inocente e verdadeiro. A letra é também uma crítica à inveja e coscuvilhice das pessoas, que é normal seja numa aldeia, vila ou bairro de uma cidade. A letra demorou algum tempo a ser escrita. A ideia estava decidida, mas as palavras certas faltavam. A melodia foi feita muito antes. Esta foi pensada exactamente com a mesma base, tentando ser alegre, exaltando este amor inocente.

Quem ouviu gostou, e espero um dia voltar a tocar "O Baile" para mais pessoal.

O Baile

Hoje não te vi passar
Á porta do restaurante
Uma amante, digo eu de ti
Se me perguntam quem tu és

Dona Antónia questiona,
Quais as tuas intenções.
Nem eu sei se os corações
Já se encontraram no passado
Numa dança de Verão,
de passos presos e desencontrados.

Mas eu tenho a certeza
que existe algo aqui.
Pois se Platão não manda em nós,
quem mandará?
Será o destino, ou a sorte,
que um dia nos vai dizer,
que ficamos juntos até morrer.

Dona Ivone sempre disse
Que eu cá sou bom rapaz.
Serei capaz de conquistar
esses teus olhos cor da terra?

Ti Maria diz que és devassa,
Delinquente, cabra, puta.
Que luta esta em que me meti?
A tua beleza vai-me ofuscando,
inveja a mente do povo alheio,
e tu sabes disso...

Hoje há baile na praceta
E apareces produzida.
Sob um olhar desconfiado
O nosso beijo foi trocado.


31/05/2010

6 comentários:

  1. É realmente mto boa..

    Tenho que começar a fazer o meu trabalho de manager...

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  2. Ora nem mais. Olha por falar em vinho, aquele que me ofereceste era bem bom!

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  3. Então e quando é que metes isso numa das tuas gravações feitas no quarto a partir da meia noite?

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  4. Quem sabe um dia destes, já falta pouco...

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  5. Tinha de me estrear aqui.
    Eu que fui dos premiados a ouvir isto ao vivo pela primeira vez, tenho a dizer que está brutal.

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