quinta-feira, 30 de agosto de 2012

"Ser Ou Não Ser"

Cá está um exemplo de uma música que foi feita há coisa de meses, mas que entretanto já ficou parcialmente esquecida. Não tenho pena porque a música até nem estava nada de especial. O poema acaba por ser escrito em torno de um dos tais temas cliché, no entanto não posso dizer que seja sobre mim. Acaba por ser mais um jogo fonético do que um retrato pessoal.


Sou segredo já gritado,
Cansaço estimulado,
A letra já falhada outra vez.
Três semanas sem prazer
Sou o querer sem ter poder
Sou loucura disfarçada.
Sou a folha de jornal
O mês já nem sei qual.
Sou moda de outra moda.
Sou chinês, um tailandês francês
Faço de conta que sou qualquer coisa
E outra coisa era coisa para eu ser.

Sou fortuna de plebeu,
Ateu na cruz morreu,
A cola já queimada do Sol.
Sim, eu sou bem vigarista,
Artista um pouco autista
Sem reconhecimento.
Sou a cura da doença,
Da que já ninguém pensa,
Sou merda inflacionada.
Sou burguês, nascido camponês
Faço de conta que sou qualquer coisa
E outra coisa era coisa para eu ser.

Não vejo mal, em querer ser algo quando se é ninguém.
Pois outra coisa era coisa para eu ser.

18/02/2012

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