terça-feira, 12 de outubro de 2010

Romance + Cinema = Nova Música


Com mais um post sobre cinema, arrisco-me a transformar numa fraca versão do Mário Augusto.

Algo que aprecio na maioria dos filmes são os romances que se desenrolam entre os protagonistas. Estes romances costumam ser "consumados" durante a trama com um beijo. Estes beijos podem surgir das mais variadas formas. No calor de uma batalha de vida ou morte, no meio de uma discussão, no leito de morte de uma das personagens, no início do filme, no final do filme. E são vários os géneros que podem ter um romance como foco principal. Drama, comédia (a chamada comédia romântica), terror, acção, suspense, musicais... A lista é infinita.

Mas todos estes romances têm algo em comum. Na singularidade do ambiente com que surgem e são alimentados, todos eles resultam muito bem para mim. Todos eles, com os seus defeitos e qualidades, parecem perfeitos aos meus olhos. Imagino por vezes uma relação de um filme na vida real, com todas aquelas tensões dramáticas, avanços e recuos. Esta, apesar de tudo, parece ser perfeita. E acredito que exista muita gente que gostaria que a sua vida amorosa fizesse parte de um argumento de um filme adorado pela crítica.

No que toca a romances em filmes, nem todos os géneros me seduzem. Não sou apreciador daquelas comédias românticas que enchem os cartazes das salas de cinema durante o ano. No entanto divirto-me com as poucas que vejo. Lembro-me agora de "2 Days in Paris", da Julie Delpy, um filme do género que gostei particularmente. Prefiro filmes em que o conceito de romance se encontra presente de uma forma subtil. "Lost in Translation" (um dos meus filmes favoritos) pode ser um exemplo disso. Mas também me deixo levar por alguns filmes que se centram no conceito de romance arrebatador, como "Pride & Prejudice", "Atonement" (os dois baseados em livros, e os dois com a Keira Knightley) ou mesmo "Titanic" (digam o que disserem, o filme é bom).

Toda esta conversa sobre romances em cinema para dizer que hoje fiz uma música com esta temática. Uma música muito simples a que dei o nome de "Plágio". O conceito é simples: o sujeito poético gostava de viver o seu relacionamento semelhante ao de um filme que este vira na noite anterior. Para ele, no filme era tudo tão simples e perfeito, e assim deveria funcionar na vida real. A rapariga no entanto torna a relação de ambos bem mais complexa do que a do casal do filme. A melodia é também ela muito simples, com 2 linhas melódicas apenas. O poema não tem qualquer artífice e recurso estilístico. Não rima também. Resumindo, não é nada de especial. Mas à semelhança de outras músicas minhas, creio que funciona bem com a melodia.

Uma música simples para um amor que, no meio de toda a complexidade de um argumento, surge no ecrã da forma mais simples e perfeita.

Plágio

Vou reler o guião do filme de ontem à noite
Para decorar todas as falas do actor principal.
Não tem expressões complicadas, tudo é simples e perfeito.
Também tu o podes ler, acredito que vais gostar.

Mas tu não o decoras, por mais vezes que o leias.
Insistes em escrever então um guião da tua autoria.
Esse é bem mais complexo e difícil de encenar,
Pois cada expressão destrói a simplicidade do amor.

Numa cena de um só take, encenamos a vida a dois.
Neste plágio tudo corre bem, se o papel for bem ensaiado.

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