Jorge Palma, apesar de todos os defeitos, é um músico e um poeta fantástico.
Este é o primeiro poema que não é meu a ser publicado aqui no blog. Simplesmente porque o adoro, e adoro a música. "Uma Vez" conjuga uma melodia fantástica com uma letra igualmente fantástica. Não vou tentar analisar a letra, deixando a cada um essa tarefa. Se tiverem oportunidade ouçam a música.
"Uma Vez"
Deixa cair
Aposto que não passa do chão
À devida distância
Uma queda pode ser apenas percussão
Deixa morrer
O gesto que começou mal
Depois vai ter tempo
De reconstruir a tua catedral
Uma vez
Era o rei e o bobo
Separaram-se até mais ver
Mas não deixaram de se corresponder
Uma vez
Era o belo e o monstro
Também eles fizeram planos
De nunca deixarem de se entender
Conheço alguém
De quem mal me consigo lembrar
Abençoado quem tem quem
De vez enquando o venha visitar
Na tua mão
Pressinto um futuro feliz
Tira o lápis da boca
E escreve o que a solidão te diz
Uma vez
Era o génio e o louco
Separaram-se até mais ver
Mas não deixaram de se corresponder
Uma vez
Era o choro e o riso
Também eles fizeram planos
De nunca deixarem de se entender
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