quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Novo mês, a mesma coisa


Apesar das ideias que vão sempre aparecendo para novas músicas, este não será um mês de grande evolução no que toca a gravações, não só pela temperatura insuportável que continua por estas bandas, mas também porque vou andar ocupado com outras coisas. Mas nunca se sabe o que pode acontecer.

Tenho uma melodia feita que precisa de uma boa letra. A melodia é bem simples, quatro ou cinco acordes. Existem músicas que são muito simples a nível melódico, e que à primeira audição parecem muito básicas. Com uma boa letra a música enriquece bastante, por mais banal que seja. É só pensarem no Bob Dylan e percebem exactamente do que estou a falar. No entanto eu não sou nenhum poeta, como costumo dizer, e a inspiração tem faltado, apesar de ter uma ou outra ideia para o tema. E se a ideia não está bem assente, a coisa pode não resultar.

Esse é um problema que por vezes acontece quando escrevo. Concretizar uma ideia é uma tarefa bastante complicada. Queremos por tudo no nosso poema, todas as emoções fortes que o tema implica, mas acabamos sempre por seguir uma estrada única. Isto pode ser comparado àqueles momentos em que vamos a pé para casa, a pensar em todas as coisas, e irracionalmente seguimos o caminho que fazemos há não sei quantos anos. Na escrita todos os nossos vícios estão em jogo, e quando nos deixamos levar demasiado eles aparecem todos. Os temas, os sentimentos, as palavras que se repetem sempre. Por isso é que nem sempre consigo escrever poemas que goste. Para o fazer tenho de estar consciente do tema que quero e colocar o mínimo de mim nesses versos. Tal como Pessoa dizia, tenho de fingir.

Espero então que nos próximos dias consiga escrever coisas novas que me agradem, e principalmente que esses poemas dêem músicas interessantes. As férias ainda continuam por mais umas semanas. Mas provavelmente serão os meses de trabalho universitário que trarão os melhores frutos musicais.


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