terça-feira, 24 de agosto de 2010

Um fascínio irracional


Andava há já algum tempo encalhado com uma melodia sem letra. Uma melodia um pouco mais pesada e sedutora, diferente daquilo que tenho feito ultimamente, e então andava à procura de um tema com as mesmas características.

A ideia surgiu estupidamente enquanto via televisão. Enquanto via um documentário sobre a vida de Kate Moss, apercebi-me do fascínio que tenho por esta mulher, seja pelos aspectos positivos como pelos negativos. Diferente de todas as super-modelos da sua geração, Kate Moss era frágil, extremamente magra e mais baixa que as comuns modelos. No entanto tinha algo que a tornava fascinante. O seu rosto estranhamente belo, o seu estilo grunge e o seu andar podem ter sido factores que contribuíram para a sua fama no mundo da moda. É muito interessante tentar perceber de que forma uma mulher, que não tem um corpo escultural, com todos os seus defeitos, se torna a modelo mais influente de todos os tempos. É esta característica desconhecida que certas mulheres têm que me fascina e apaixona. Kate Moss pode ser então a personificação dessa característica.

No entanto, Kate Moss sempre viveu uma vida louca. Das drogas à depressão, o exemplo de milhares de jovens foi perseguida e julgada pelos media constantemente ao longo da sua carreira. E este tema, já abordado anteriormente em outros posts, é já habitual na minha caixa de ideias. A pressão excessiva de uma carreira megalómana leva a que se cometam erros que podem acabar com uma vida. A fama aprisiona de tal forma aqueles que nela vivem, que se torna por vezes corrosiva para aqueles que nela aceleram demais. No entanto, Kate Moss, com todos os seus excessos, amores e desamores, conseguiu manter-se na rota certa, aguentando a sua carreira e a sua vida.

Assim sendo, Kate Moss personifica dois interessantes mundos: o fascínio irracional e o excesso. Dois mundos que podem dar um óptimo tema para uma letra. A letra ainda não tem título e não é sobre a super-modelo britânica, mas sim sobre todas as mulheres que de alguma forma são fascinantes fisicamente e que têm o excesso como a sua rotina (por vezes vêm-se algumas por aí). No entanto não considero esta letra como pessoal, dando a responsabilidade deste fascínio a um sujeito poético qualquer. A letra pode parecer completamente ridícula quando apenas lida, mas com a melodia a coisa fica muito melhor. Em todo o caso, não sendo assim nada de especial, deixo-a aqui:

De rosto singular,
Segreda a sua beleza.
Podendo afirmar
que está viva, com certeza.

Na sua montanha russa
Relaxa antes do almoço.
Lá do alto se debruça
E imagina o fundo do fosso.

Cai assim, não cai enfim
Deixa à sorte desenhar
O traçado mais perigoso.
Louca assim, bela enfim.
Prisioneira do prazer,
Que um dia a iluminou.

No desamor encontrou
A constante da sua vida.
Mas ninguém lhe perguntou,
Se estaria perdida.

Do excesso alimentava
O conforto da extravagância.
Mas é rainha e escrava
Da beleza e elegância.

Cai assim, não cai enfim
Deixa à sorte desenhar
O traçado mais perigoso.
Louca assim, bela enfim.
Prisioneira do prazer,
Que um dia a iluminou.

Ela nunca quis ser banal
E foi caro o preço a pagar.
Mas nunca é tarde
Para assim continuar.
Pois na sua loucura infernal
Se esconde o amor e a razão.
A frágil mas bela diva
Conquistou-me o coração.


1 comentário:

  1. Boa letra Abacate :D

    Tenho de ouvir umas musiquinhas tuas pá.

    Olha, passa no meu blog novo - http://www.shmellsfindingneverland.blogspot.com

    Para já não tem nada de novo, só os poemas que estavam no outro. Mas vou começar a escrever umas coisas diferentes, para além de poesia.

    Abraço e continua aí com as tuas criações que estão a ficar porreiras :)

    ResponderEliminar