sábado, 31 de julho de 2010

"O Par Mais Alto"


Hoje foi dia para gravar algumas músicas para ficarem para registo. Não se tratam de gravações finais nem nada que se pareça. Por vezes, de um momento para o outro, novos ritmos e novas formas de tocar uma música surgem como alternativa. Ter as músicas gravadas possibilita uma prova regular sobre as mesmas, numa tentativa um pouco falhada de conseguir ver o exterior de uma casa estando dentro dela.

Uma das músicas que gravei hoje chama-se "O Par Mais Alto". Ainda não tinha falado dela, pois ainda não tinha surgido oportunidade. O conceito da música é demasiado simples: o amor supera tudo. A letra é sobre um casal que é viciado em jogo, e que perde rios de dinheiro regularmente nesta actividade. No entanto o amor que sentem um pelo outro é tal que todo este azar não os afecta. Conseguem juntos superar qualquer adversidade, por mais dura que esta seja. Por outro lado, esta situação aparentemente simples pode levar a uma longa reflexão. Numa balança onde num prato se encontra a razão e noutro o amor, é necessário encontrar-se um desequilíbrio que permita resolver todos os problemas da melhor forma.

Tenho de admitir que quando comecei a escrever a letra pensei mais no conceito gráfico do que no conceito abstracto. O meu objectivo era criar uma letra sem grandes espinhas, que retratasse uma situação estranha. A melodia sofreu algumas modificações desde a primeira ideia, passando a ser uma música mais para o "mexido" (como vêm, os nomes técnicos que utilizo para definir as minhas músicas são fantásticos).

Com o repetitivo cantar desta letra surgiu uma nova abordagem e um novo modo de leitura. Fica ao critério de cada pensar nas teias que o ridículo desta trama pode tecer.

O Par Mais Alto

Vinham de mãos dadas à saída do casino.
Estavam depositadas todas as esperanças do mês.
Entre as risadas e os beijinhos no rosto.
Tinham perdido milhares na mesa dos porquês

Vivem cheios de copas fazendo a sua sorte.
Mas de ouros estão carentes criando aflições.
O azar declama a citação de Dumas,
Mas na hora morta só dois matam batalhões.

E se o castelo desabar,
Este não esmaga o mais belo par.
Pois o amor vence sempre,
Mesmo que a jogada
Seja a pior do Mundo
Nenhum deles bate fundo.
É Amor.

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