quarta-feira, 26 de maio de 2010

O primeiro de muitos

Este será possivelmente o post mais extenso, comparativamente a todos os outros que irão aparecer por aqui. Ser o primeiro implica sempre o dar a conhecer, o justificar a razão, o cativar. Não irei procurar estas 3 características através de belos recursos, metáforas e afins. Será o mais natural e pessoal possível. Enfim, o meu blog.

A criatividade é uma característica inata ao ser humano. Basicamente, é aquilo que nos distingue dos restantes animais que habitam este planeta. O facto de conseguirmos criar algo que imaginamos, dá-nos uma sensação de conforto e de vitória, qualquer que seja o tipo de criação. Um prato de culinária confeccionado exactamente como planeado confere-nos um estatuto de Deus, nem que esse estatuto dure milésimos de segundo. O conseguirmos consertar algo, desenhar, criar música, resolver um problema matemático, desembaraçar-mo-nos no trânsito. A criatividade é essencial para a resolução destas situações. Não existem pessoas mais criativas que outras, simplesmente existem pessoas com áreas de interesse diferentes. Caracterizar alguém como sendo "criativo" é equivalente a dizer que essa pessoa tem boca. Todos nós o somos. Mas no entanto, alguns ainda não libertaram em si o desejo inato de criar.

No meu caso, é impressionante a satisfação que me dá escrever um poema, compor uma música, ou mesmo escrever um texto como este. Encadear as nossas ideias e sentimentos num pedaço de papel ou num conjunto de sons é algo de único. No entanto, terei de ser realista: ainda não criei algo que me satisfizesse plenamente. Espantar-me com algo que faça, da mesma forma que me espanto com certas músicas que ouço é uma das minhas maiores ambições enquanto "músico". Não sei se será por falta de conhecimentos, por falta de talento e génio, ou se um misto de tudo. No entanto eu creio que a minha música, se for plenamente sentida, e transmitir realmente aquilo que pretendo, pode tornar-se extremamente interessante. Com o passar dos anos, com a experiência, com certeza que vou conseguir fazer melhores músicas, e transmitir melhor aquilo que penso e sinto. Até lá vou compondo segundo aquilo que sei, segundo as minhas referencias, segundo aquilo que consigo tecnicamente.

Porque é que comecei a "fazer" música? Senti que criar o meu próprio material me tornaria uma pessoa mais completa e mais feliz. Por melhor que nos sintamos, existem sempre lacunas a limar. Achei que algumas destas lacunas poderiam ser remediadas através da criação, através da música. E acho que não falhei. Coloquei esta ideia na minha cabeça e meti mãos à obra. Ao fim dos primeiros versos, da primeira composição, senti a necessidade de criar mais. Não que tivesse ficado muito satisfeito com o que tinha acabado de fazer, mas senti que podia melhorar e que muitas mais poderiam vir. As ideias foram surgindo, e o papel e o meu computador foram guardando-as. Cerca de um ano depois, de trabalho não tão sério quanto o esperado no primeiro instante, contam-se já alguns originais que anseio por gravar com alguma qualidade para poder partilhar com o pessoal. Não são mais porque nem sempre conseguimos converter as ideias e sentimentos em poemas minimamente decente. No entanto as nossas vivências vão moldando a nossa capacidade de criar, e nestas últimas semanas tenho andado bem de ideias, possivelmente novas músicas vão continuar a surgir num futuro próximo.

Este meu desejo já foi mais utópico do que da primeira vez que me surgiu. Obviamente que não quero ser músico a tempo inteiro (nem sei se singraria nessa área). O que eu sei é que a música faz parte de mim, e dela não me vou separar até ao fim dos meus dias.


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