sexta-feira, 11 de junho de 2010

Níveis de criatividade: zero

Já ando aqui há largos minutos a tentar escrever um post sobre qualquer coisa, mas falta-me tema. Por vezes isto acontece, e quando acontece é horrível.
Este é, a meu ver, o meu calcanhar de Aquiles. Não me considerando um bom escritor, cada momento de inspiração é vivido intensamente e com surpresa. O poema ou texto vai surgindo de forma fluida, e no final o resultado agrada-me. Em momentos em que as ideias escasseiam, são muitos os poemas que ficam incompletos, no entanto, mantendo a intenção de os finalizar.
Não será este o maior dilema de alguém que escreve? Saber que temos a nossa cabeça carregada de problemas, de ideias e temas, mas que no entanto não as conseguimos converter em palavras. Ou então simplesmente não queremos transpor os nossos problemas mais comuns para o papel, com medo que o poema seja banal. Às vezes cometo o erro de ler algo que tenha escrito há já muito tempo, e ver que quando faltam as ideias fixes e começo a escrever sobre as banalidades da minha vida, consigo resultados muito fracos. Um pouco à semelhança deste post. Sinto a necessidade de escrever algo novo aqui, no entanto sem ideias, a coisa sai pouco consistente.
Há pouco estava a pensar em lugares que nos podem, em teoria, estimular à criatividade. Um pôr-do-sol à beira mar, ou um passeio campestre, são exemplos daqueles lugares que toda a gente classifica de "fantásticos". No entanto discordo. Um exemplo: há coisa de anos passei duas semanas de férias numa casa de praia, isolado da minha rotina citadina. Foi extremamente importante para relaxar, para aproveitar a praia, para ler, entre outras actividades. Mas o que é que eu produzi a nível criativo? Nada. Talvez porque ainda não tivesse a necessidade de criar, no entanto, e em teoria, o local era ideal para tal. Vejo então que as melhores coisas que escrevi e musiquei foram feitas no meu quarto (aquele que já cortei na casaca outrora) acompanhado pelos barulhos e cheiros da cidade.
Resumindo: a inspiração vem em qualquer altura não programada, independentemente do sítio e da hora. Não vale a pena irmos de propósito ao fim da tarde para a praia à espera que algo surja. Nos sítios mais frequentados esta pode aparecer. E hoje é o exemplo de um dia em que a inspiração decidiu não bater à porta do meu quarto.

1 comentário:

  1. já alarguei a minha visita por aqui e consegui ler mais umas publicações. li versos de que gostei muito. mas parei aqui neste texto porque não poderia concordar mais com o que está escrito. E acrescento que por mais que nos esforcemos a 'chamar' a inspiração, não vale a pena. Até porque sairia algo muito forçado, que perdia a sua essência. Já aprendi que mais vale esperar... Menos que por vezes ela teime em demorar. É um estado de impotência. E actualmente sofro dele. Eu sei que posso ter escrito recentemente, mas ainda me falta a inspiração - Talvez escreva para me contentar. Mas não me chega.
    E como por cá não tenho visto nada de novos posts, também espero que a inspiração não falhe e esteja bem de saúde :) *

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