Diário público sobre o processo criativo de um possível cantautor. As minhas ideias, opiniões, referências e devaneios.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Recomendação da noite
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Um dos Primeiros
sábado, 23 de outubro de 2010
Um Exemplo de Subconsciente Criativo
De volta ao trabalho regular
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Recomendação da noite (uma de muitas que já foram feitas)
terça-feira, 19 de outubro de 2010
"Voar"
Deixo aqui mais um daqueles textos que são escritos ao sabor das ideias, em poucos minutos, e de qualidade duvidosa:
Sinto-me a levitar. É algo de impressionante. Poder voar é um dom demasiado poderoso, e Deus sabia isso. Assim sendo, deixou-o de parte e deu-o a outros animais, alguns deles autênticos parasitas. Um mosquito se não voasse seria presa fácil. Mas eu agora estou a voar
O Homem nunca poderia saber voar. Era como se tivesse um brinquedo caro nas suas mão. Brincava, abusava da brincadeira e partia-o. Depois o desgosto seria enorme. Eu por outro lado, sempre tive cuidado com os meus brinquedos. Cuido deles como se fossem os últimos no Mundo. E assim cuido das minhas asas todos os dias. Dou-lhes brilho, retiro as penas quebradas, exercito-as constantemente, para que possa voar mais longe.
Um dia voei 312 km. Sem parar. Era impressionante poder sentir o vento frio na face, poder ver as pessoas que me olhavam e me invejavam a cada bater de asas. Ao fim de toda essa distância senti que era altura de parar. Repousei numa árvore e bebi um sumo. Contemplei as nuvens que vinham do Norte. Não seria uma boa rota a seguir, mas para Oeste tinha a imensidão do oceano, que com certeza me mataria. A Este o deserto convidava-me a uma aventura sem retorno. A Sul não encontraria nada de novo. Teria mesmo de enfrentar o Norte.
Repousei algumas horas antes da partida. As nuvens estavam negras como grafite, e iam riscando o céu rapidamente. Poderia esperar na árvore que a tempestade passasse, ou podia seguir logo caminho para evitar perder mais tempo. E assim fiz. Cruzei as nuvens a uma velocidade impressionante, como nunca tinha feito. Nesse momento senti-me um humano banal, que abusa do seu brinquedo. O risco de o quebrar invadiu a minha mente e não mais me largou durante a viagem. Felizmente tudo correu bem.
Neste momento estou a voar. Não arrisco como fiz dessa vez no Norte. Tenho medo de perder este dom. Era bom que mais pessoas pudessem ter este prazer de voar. Sinto-me só no céu. Não posso falar com os pássaros nem com os insectos. Não posso falar com as pessoas que estão nos aviões ou nos helicópteros. O céu está povoado, mas não deixo de estar sozinho.
Mas não quero deixar de voar.
6/10/2010
L.A.M.A. - Laboratório de Artes e Media do Algarve
A Associação LAMA é uma associação cultural sediada em Faro. É constituída por João de Brito (actor), Nuno Figueira (Técnico de Luzes), Leonor Cabral (Actriz), Rúben Lima (Educação Social/produtor), Joel Palma (realizador), Joana Martins (Designer), Sónia Maria (Produtora) e Leonardo Amor (Jornalista), António Guerreiro (actor/produtor) um grupo de profissionais com formação em diversas áreas artísticas logo multidisciplinar.
Objectivos:
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Romance + Cinema = Nova Música
Vou reler o guião do filme de ontem à noite
Para decorar todas as falas do actor principal.
Não tem expressões complicadas, tudo é simples e perfeito.
Também tu o podes ler, acredito que vais gostar.
Mas tu não o decoras, por mais vezes que o leias.
Insistes em escrever então um guião da tua autoria.
Esse é bem mais complexo e difícil de encenar,
Pois cada expressão destrói a simplicidade do amor.
Numa cena de um só take, encenamos a vida a dois.
Neste plágio tudo corre bem, se o papel for bem ensaiado.
domingo, 10 de outubro de 2010
"Texto sobre chuva escrito em tempo seco"
Por vezes quando estou a ouvir música à noite começo a improvisar textos. Este é um resultado de um recente devaneio. Não acho sinceramente que estes textos de improviso sejam bons, mas acredito que possam ser um bom teste à minha capacidade de criar.
Olho através da janela e vejo a chuva a cair, e a ensopar toda a estrada. Esta embate com força nos vidros, fazendo um sincopado quase perfeito.
Na rua, a luz do candeeiro público ilumina o asfalto molhado. Este brilha de uma forma especial, formando uma espécie de arco-íris a cada onda que se ergue quando um carro passa numa poça mais funda. As luzes e cores dos carros querem seguir o ritmo da chuva, e a peça é composta aos poucos.
São poucas as pessoas que correm na rua. A maioria caminha a passo largo é certo, mas não deixa de aproveitar esta maravilha da natureza. Por vezes param, e sentem as gotas a bater-lhes no rosto. A natureza envolve-as num abraço frio mas intenso, mesmo estando numa cidade suja e preocupada. Relembram-se que são humanas, que têm um determinado espaço, um determinado tempo, que devem gerir. Infelicidade significa má gestão, plenitude significa perfeição. Recordam-se então que esta não existe. No meio de todo este nervosismo e desta rotina pútrida, evitam pensar na morte. "Que ingénuas", penso eu.
A chuva vai limpando as más memórias desta cidade. Escorre tudo para uma fossa, que me impede de ver a continuidade do processo. No entanto, sei que tudo ficou bem limpo.
É bom sentir a chuva a embalar as nossas ideias.