quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Recomendação da noite

Há muito que não metia uma do Milton aqui. Esta música já me inspirou bastante para fazer certas melodias. Música demasiado grandiosa para se justificar por palavras.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Um dos Primeiros

Pode parecer estranho, mas as primeiras músicas que fiz têm pouco mais de um ano. E o mais estranho ainda é que há algum tempo que não as toco. Não porque não goste delas, mas porque num ano mudei muito a minha percepção pela música, a minha sensibilidade pelos sons e a minha forma de escrever. Um ano pode parecer em certos casos um espaço de tempo muito curto. Na minha demanda criativa é um período relativamente grande e cheio de mudanças.

Esta poema tem exactamente um ano. Foi escrito a 26 de Outubro de 2009. Não tem nenhum título. Na altura dei à música que fiz o título de "Bossa do Desencontro", mas é um título que pretendo mudar. Esta deve ter sido uma das primeiras cinco músicas que fiz. Não acho que a música seja má, mas hoje já faço coisas diferentes. O poema é claramente uma alusão às minhas primeiras composições e à forma como pretendia escrever os meus textos futuros. Um dos poucos poemas que posso considerar como uma espécie de tradução da realidade. Parabéns então a este poema pelo seu primeiro ano de existência.

Eu não sei explicar
Se o meu lugar é por aqui.
Quando largar o tempo,
Talvez me lembre da identidade
Que dei ao vento.

Serei capaz? Eu sinto que sim.
Mas o tempo esfola a minha alma apagada.
Pois não sou um génio, não sou tutor
Da escrita mais nobre e mais adornada.

E em versos rasgados construo um espelho.
Um cio de emoções, de palavras nuas,
Um desencontro entre a sombra e o ser.
Por puro prazer.

Sempre que um homem sonha,
A obra nasce num mau disfarce.
Mas se alguém gostar,
Eu vou chorar, eu vou sorrir
E não mais fugir.

26/10/2009

sábado, 23 de outubro de 2010

Um Exemplo de Subconsciente Criativo

Há algumas semanas voltei a ouvir Led Zeppelin. Há muito que não ouvia os álbuns da banda (sabe-se lá porquê) e voltei a ficar fascinado com certas músicas que era completamente viciado. Uma delas é esta "Going To California" do álbum Led Zeppelin IV. É uma música fantástica, basta relaxar e ouvir para perceber.


Agora algo curioso. Um exemplo de como, inconscientemente ou não, criamos algo que se assemelha a uma outra música, por a termos ouvido possivelmente demasiadas vezes. Os Led Zeppelin foram grande influência para os Pearl Jam. Esta pode ser "observada" ouvindo a música "Given To Fly", música que partilha algumas semelhanças com "Going To California". Mas, obviamente, as músicas acabam por ser bem diferentes. Um bom exemplo da influência de uma banda mítica sobre outra banda mítica.

De volta ao trabalho regular

Voltei às gravações e à composição regular. Na Quarta-feira passada gravei três músicas. "Os Dias", uma música já com vários meses, e uma das primeiras letras a ser publicada neste blog, "Platão Cabe em Quatro Cordas", feita em meados de Setembro (a tal música do cavaquinho) e "O Jardim das Cores", música feita há uma semana e letra feita na Terça-feira. Sobre esta última, que ainda não teve direito a dissertações, não há muito a dizer. A música não chega a dois minutos, e tem um título que mais faz lembrar um qualquer programa infantil. Isto porque os protagonistas da música são duas crianças na idade da inocência e descoberta. Portanto, três novas faixas gravadas com "qualidade" (sim, porque apesar de tudo não sou nenhum engenheiro de som).

Tenho andado, como já referi, em composição. Ontem, curiosamente, aconteceu-me uma situação curiosa. Fiz uma melodia ao fim da tarde, uma melodia mais introspectiva que me satisfez bastante. Na própria noite fiz a letra, à qual dei o nome de "A Praia". Ora hoje, após reflexão mais profunda, cheguei à conclusão que não gostava da letra. Aliás, gostava de quatro ou cinco versos da mesma. Pensei então durante o dia em algo que pudesse escrever. A inspiração veio de uma entrevista que me fora recomendada.

Manuel Cruz, há algumas semanas, deu uma entrevista para a RTP2 no programa "Bairro Alto", entrevista essa que vi há cerca de três horas atrás. Entre muitos assuntos, Manuel Cruz revela que por vezes escreve letras do subconsciente, a escrita pela escrita. Isto significa que o poema pode acabar por não ter muito sentido, sendo apenas uma conjugação de palavras que surjam no momento (isto muito resumidamente, vale a pena ver a entrevista). Foi isso então que fiz com "A Praia". Deixei os primeiros cinco versos e apaguei tudo o resto. Fui então escrevendo ao sabor das ideias, e o resultado já foi mais do meu agrado. Surgiu então a música "Um Deserto de Bolso". Apesar de este poema ter sido escrito em poucos minutos e ao sabor das ideias mais primárias, até acaba por ter um certo seguimento. A música já se encontra em fase de gravações. Preciso ainda de definir bem a linha melódica da voz, mas está quase pronta.

Assim deixei um poema ao abandono, que encaixa no entanto na melodia feita ontem, e fiz um novo para essa mesma melodia. Tudo isto em duas noites. Não vou publicar nenhum dos poemas. Um porque não gosto, o outro porque prefiro que fique guardado por enquanto.

Este texto é então uma simples nota informativa sobre aquilo que ando a fazer.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Recomendação da noite (uma de muitas que já foram feitas)

Quando fiz a música "Platão Cabe em Quatro Cordas", feita em cavaquinho, a minha ideia era obter mais ou menos este efeito. "Can't Keep", primeira faixa do álbum Riot Act dos Pearl Jam, tocada a solo por Eddie Vedder. Uma música que funciona muito bem com ukulele.

Ainda vou pegar mais no cavaquinho para ver se faço mais uma ou outra música. Fica então o vídeo que me inspirou, que na minha modesta opinião, está fantástico.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

"Voar"

Deixo aqui mais um daqueles textos que são escritos ao sabor das ideias, em poucos minutos, e de qualidade duvidosa:


Sinto-me a levitar. É algo de impressionante. Poder voar é um dom demasiado poderoso, e Deus sabia isso. Assim sendo, deixou-o de parte e deu-o a outros animais, alguns deles autênticos parasitas. Um mosquito se não voasse seria presa fácil. Mas eu agora estou a voar

O Homem nunca poderia saber voar. Era como se tivesse um brinquedo caro nas suas mão. Brincava, abusava da brincadeira e partia-o. Depois o desgosto seria enorme. Eu por outro lado, sempre tive cuidado com os meus brinquedos. Cuido deles como se fossem os últimos no Mundo. E assim cuido das minhas asas todos os dias. Dou-lhes brilho, retiro as penas quebradas, exercito-as constantemente, para que possa voar mais longe.

Um dia voei 312 km. Sem parar. Era impressionante poder sentir o vento frio na face, poder ver as pessoas que me olhavam e me invejavam a cada bater de asas. Ao fim de toda essa distância senti que era altura de parar. Repousei numa árvore e bebi um sumo. Contemplei as nuvens que vinham do Norte. Não seria uma boa rota a seguir, mas para Oeste tinha a imensidão do oceano, que com certeza me mataria. A Este o deserto convidava-me a uma aventura sem retorno. A Sul não encontraria nada de novo. Teria mesmo de enfrentar o Norte.

Repousei algumas horas antes da partida. As nuvens estavam negras como grafite, e iam riscando o céu rapidamente. Poderia esperar na árvore que a tempestade passasse, ou podia seguir logo caminho para evitar perder mais tempo. E assim fiz. Cruzei as nuvens a uma velocidade impressionante, como nunca tinha feito. Nesse momento senti-me um humano banal, que abusa do seu brinquedo. O risco de o quebrar invadiu a minha mente e não mais me largou durante a viagem. Felizmente tudo correu bem.

Neste momento estou a voar. Não arrisco como fiz dessa vez no Norte. Tenho medo de perder este dom. Era bom que mais pessoas pudessem ter este prazer de voar. Sinto-me só no céu. Não posso falar com os pássaros nem com os insectos. Não posso falar com as pessoas que estão nos aviões ou nos helicópteros. O céu está povoado, mas não deixo de estar sozinho.

Mas não quero deixar de voar.

6/10/2010

L.A.M.A. - Laboratório de Artes e Media do Algarve

Aproveito este meu blog para divulgar uma informação que me parece importante. Um pessoal amigo meu anda com este projecto que me parece muito interessante. Aqui fica a informação:

A Associação LAMA é uma associação cultural sediada em Faro. É constituída por João de Brito (actor), Nuno Figueira (Técnico de Luzes), Leonor Cabral (Actriz), Rúben Lima (Educação Social/produtor), Joel Palma (realizador), Joana Martins (Designer), Sónia Maria (Produtora) e Leonardo Amor (Jornalista), António Guerreiro (actor/produtor) um grupo de profissionais com formação em diversas áreas artísticas logo multidisciplinar.

Objectivos:

A exploração artística com especial enfoque na área do Teatro, é a missão da associação LAMA (Laboratório de Artes e Media do Algarve), incidindo em diversas dramaturgias: desde adaptações de obras, textos dramáticos e criações originais.
O texto será a ferramenta impulsionadora do espectáculo, quando se decidir que ele existe, sendo que, a palavra não será a principal forma de comunicação cénica. A associação LAMA na sua actividade além das criações teatrais, trabalhará também as áreas da fotografia, cinema e música, com apoio a acções de formação, debates, exposições, ciclos, festivais, residências e tertúlias, tornando-a multidisciplinar. Acentua a educação não-formal e formal, sendo que a primeira terá um papel importante na população destinatária que será a comunidade no seu geral.
Estamos a angariar sócios para a nossa associção, pois só com o apoio de muitas pessoas conseguiremos levar avante as nossas ideias.
Para ser sócio os requesitos são muito simples:
- 1 º e último nome
- idade
- telemóvel
- email
- e o pagamento de uma quota anual de 12 euros ( que fará com que os sócios tenham direito a um cartão que dará descontos nos eventos LAMA)
Estes elementos ficarão em base de dados, para receberem todas as noticias LAMA, e em breve terá também uma página no Facebook e um jornal virtual.
Para quem estiver interessado em participar juntamente connosco na evolução do panorama cultural Farense e não só, só precisa destes requesitos.
O nib para os interessados 0036 0221 9910003750808.
P.S- Quem pagar a quota, depois so volta a pagá-la um ano depois, o que conta é o mês de pagamento.
Obrigado
João de Brito

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Romance + Cinema = Nova Música


Com mais um post sobre cinema, arrisco-me a transformar numa fraca versão do Mário Augusto.

Algo que aprecio na maioria dos filmes são os romances que se desenrolam entre os protagonistas. Estes romances costumam ser "consumados" durante a trama com um beijo. Estes beijos podem surgir das mais variadas formas. No calor de uma batalha de vida ou morte, no meio de uma discussão, no leito de morte de uma das personagens, no início do filme, no final do filme. E são vários os géneros que podem ter um romance como foco principal. Drama, comédia (a chamada comédia romântica), terror, acção, suspense, musicais... A lista é infinita.

Mas todos estes romances têm algo em comum. Na singularidade do ambiente com que surgem e são alimentados, todos eles resultam muito bem para mim. Todos eles, com os seus defeitos e qualidades, parecem perfeitos aos meus olhos. Imagino por vezes uma relação de um filme na vida real, com todas aquelas tensões dramáticas, avanços e recuos. Esta, apesar de tudo, parece ser perfeita. E acredito que exista muita gente que gostaria que a sua vida amorosa fizesse parte de um argumento de um filme adorado pela crítica.

No que toca a romances em filmes, nem todos os géneros me seduzem. Não sou apreciador daquelas comédias românticas que enchem os cartazes das salas de cinema durante o ano. No entanto divirto-me com as poucas que vejo. Lembro-me agora de "2 Days in Paris", da Julie Delpy, um filme do género que gostei particularmente. Prefiro filmes em que o conceito de romance se encontra presente de uma forma subtil. "Lost in Translation" (um dos meus filmes favoritos) pode ser um exemplo disso. Mas também me deixo levar por alguns filmes que se centram no conceito de romance arrebatador, como "Pride & Prejudice", "Atonement" (os dois baseados em livros, e os dois com a Keira Knightley) ou mesmo "Titanic" (digam o que disserem, o filme é bom).

Toda esta conversa sobre romances em cinema para dizer que hoje fiz uma música com esta temática. Uma música muito simples a que dei o nome de "Plágio". O conceito é simples: o sujeito poético gostava de viver o seu relacionamento semelhante ao de um filme que este vira na noite anterior. Para ele, no filme era tudo tão simples e perfeito, e assim deveria funcionar na vida real. A rapariga no entanto torna a relação de ambos bem mais complexa do que a do casal do filme. A melodia é também ela muito simples, com 2 linhas melódicas apenas. O poema não tem qualquer artífice e recurso estilístico. Não rima também. Resumindo, não é nada de especial. Mas à semelhança de outras músicas minhas, creio que funciona bem com a melodia.

Uma música simples para um amor que, no meio de toda a complexidade de um argumento, surge no ecrã da forma mais simples e perfeita.

Plágio

Vou reler o guião do filme de ontem à noite
Para decorar todas as falas do actor principal.
Não tem expressões complicadas, tudo é simples e perfeito.
Também tu o podes ler, acredito que vais gostar.

Mas tu não o decoras, por mais vezes que o leias.
Insistes em escrever então um guião da tua autoria.
Esse é bem mais complexo e difícil de encenar,
Pois cada expressão destrói a simplicidade do amor.

Numa cena de um só take, encenamos a vida a dois.
Neste plágio tudo corre bem, se o papel for bem ensaiado.

domingo, 10 de outubro de 2010

"Texto sobre chuva escrito em tempo seco"


Por vezes quando estou a ouvir música à noite começo a improvisar textos. Este é um resultado de um recente devaneio. Não acho sinceramente que estes textos de improviso sejam bons, mas acredito que possam ser um bom teste à minha capacidade de criar.


Olho através da janela e vejo a chuva a cair, e a ensopar toda a estrada. Esta embate com força nos vidros, fazendo um sincopado quase perfeito.

Na rua, a luz do candeeiro público ilumina o asfalto molhado. Este brilha de uma forma especial, formando uma espécie de arco-íris a cada onda que se ergue quando um carro passa numa poça mais funda. As luzes e cores dos carros querem seguir o ritmo da chuva, e a peça é composta aos poucos.

São poucas as pessoas que correm na rua. A maioria caminha a passo largo é certo, mas não deixa de aproveitar esta maravilha da natureza. Por vezes param, e sentem as gotas a bater-lhes no rosto. A natureza envolve-as num abraço frio mas intenso, mesmo estando numa cidade suja e preocupada. Relembram-se que são humanas, que têm um determinado espaço, um determinado tempo, que devem gerir. Infelicidade significa má gestão, plenitude significa perfeição. Recordam-se então que esta não existe. No meio de todo este nervosismo e desta rotina pútrida, evitam pensar na morte. "Que ingénuas", penso eu.

A chuva vai limpando as más memórias desta cidade. Escorre tudo para uma fossa, que me impede de ver a continuidade do processo. No entanto, sei que tudo ficou bem limpo.

É bom sentir a chuva a embalar as nossas ideias.

O que é nacional é bom, mas às vezes demora a engolir

Para começar, este post não está a ser escrito na minha secretária. Neste momento, no calor dos lençóis, o desejo de escrever revelou-se. Mas, mais uma vez, as ideias não surgem em níveis aceitáveis. Aquele que podia ser um post histórico, por estar a ser escrito em lugar pouco usual, acaba por se tornar "farinha do mesmo saco" (expressão que tenho usado recentemente para descrever aquela malta que está enfiada naquela casa com segredos).

Passando a coisas mais interessantes: tenho andado "viciado" numa banda portuguesa que já conheço há algum tempo. O que é certo é que não me tinham ainda despertado vontade de ouvir. O porquê desta audição excessiva e repentina não sei. Mas os peixe:avião não deixam de ser uma banda bastante interessante. Com uma sonoridade bastante diferente daquela que procuro nas minhas músicas, contam com faixas muito boas. Mas vou ser sincero, ando a ouvi-los com mais regularidade é certo, mas ainda não é uma banda que me encha as medidas. Há algumas músicas que desgosto. Ainda não tive oportunidade de ouvir o novo álbum, que saiu o mês passado, mas o novo single parece-me bom.

Este é o típico caso daquelas bandas da moda que muita gente diz que gosta, mas que eu preciso de alguns meses para conseguir apreciar. Os Linda Martini são outro exemplo de banda que tenho vindo a gostar gradualmente (também andam aí com novo álbum).

Por agora fica "Atiro ao Alvo", música do álbum 40.02.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Os génios trabalham assim


O meu colega musical e amigo Ricardo Maia fez questão de me mostrar este vídeo há alguns dias. Uma explicação de um processo criativo. No entanto, os participantes deste processo são dois génios.

Twin Peaks é, para mim, a melhor série alguma vez escrita. Não vou falar da história nem debater teorias sobre a série, pois precisava de uns três blogs para escrever tudo. A banda sonora é brilhante e envolvente. Pela música conseguimos imaginar os lugares onde a acção se passa, a solidão de Laura Palmer, o tenebroso mundo de Twin Peaks. E vendo este vídeo, tudo fica explicado.

Dizer ainda que Angelo Badalamenti é um compositor fantástico. Tem participado em todos ou quase todos os filmes de David Lynch, um realizador que é amado ou odiado. Para quem conhece a série este vídeo terá um sabor especial. Para quem não conhece, atentem à forma como esta música foi feita. Ah e depois arranjem a série e vejam, porque nada melhor foi feito para televisão.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Bons sonhos

Antes de dormir, achei por bem deixar aqui um vídeo de uma das melhores bandas nacionais de sempre. Isto porque preciso de bons sonhos para hoje.

Os Mão Morta são uma banda impossível de descrever. Com melodias fantásticas e riffs de guitarra que funcionam perfeitamente como pano de fundo, é a poesia e a voz de Adolfo Luxúria Canibal que salta à vista. Ter uma banda com um vocalista que declama em vez de cantar é algo que tinha tudo não dar certo, mas já lá vão alguns anos (25 mais precisamente) e o culto continua por aqui.

Os Mão Morta sempre fugiram do sucesso, fazendo a sua música sem qualquer influência do exterior. Um obra própria e íntegra. Aparentemente são poucos os que gostam. Não posso menosprezar esta atitude da banda, pois é provável que eu fizesse exactamente o mesmo.

Apesar de já conhecer a banda há alguns anos, comecei a ouvir Mão Morta por causa desta música. Do ano de 2004, "Gnoma" passava muito na rádio na altura que comecei a ouvir música diferente do habitual. Dizer ainda que o álbum Nus, onde esta se insere, é um dos meus álbuns favoritos da música portuguesa. É impossível também deixar de ouvir os álbuns anteriores, como Mutantes S.21, Primavera de Destroços ou Há Já Muito Tempo Que Nesta Latrina O Ar Se Tornou Irrespirável.

Bons sonhos...


domingo, 3 de outubro de 2010

Críticos para todos


Pensando bem, eu afinal não devo perceber nada de cinema. Senão vejamos:

Acabei há minutos de ver um filme turco chamado "Iklimler" (em português Climas), do realizador Nuri Bilge Ceylan. Este filme fez parte da selecção do Festival de Cannes de 2006, e até ganhou um prémio. Até aqui, tudo bem. Tudo indica que seja um filme interessante. E este assim o é. Um filme que não entra em argumentos absurdos. Uma história de amor pura e dura, tal como acontece na realidade. Excelente fotografia e boa banda sonora. Trabalho de actores, a meu ver, modesto. É um bom filme, mas nada que se diga genial.

O que me deixa intrigado são os comentários na parte de trás da caixa do DVD. Segundo alguns jornalistas de alguns jornais conhecidos, o filme é "Sensibilíssimo" e "Sem sombra de dúvidas o melhor filme do ano". Dão ainda uma classificação de 5 estrelas.

Eu, como membro do povo normal, devo discordar destas afirmações. Num ano em que "Volver", "Babel", "The Queen", "The Departed" ou "Pan's Labyrinth" brilharam, elogiar daquela forma "Iklimler" parece-me algo absurdo. Mas diz a minha experiência que este não é caso único. Estas pessoas iluminadas são capazes de mandar abaixo um filme como "Inception", aclamado por meio Mundo, minto, por nove décimos de Mundo. Para estes críticos, este filme simplesmente não é bom. Mas para 196,904 pessoas inscritas no IMDB este filme tem uma classificação de 9.1 em 10.

Afinal, quem está correcto? Possivelmente, ninguém. Os gostos são diferentes, é normal que surjam críticas diferentes. No entanto um bom crítico deveria ser imparcial. Se eu por exemplo contrato um benfiquista vendedor de sandes de coratos para comentar no meu jornal de desporto, é normal que não tenha as melhores análises. Assim sendo, se eu tenho um leque de críticos que só vêm cinema europeu, que quando eram crianças em vez de brincarem na rua com as outras crianças decoravam os nomes dos realizadores soviéticos que Vasco Granja ensinava, se em vez de irem ao cinema normal só viam filmes do Jaques Tati, também não vou ter opiniões imparciais. Se o Público tem na sua redacção um grupo de indivíduos cujas críticas diferem do resto da população do nosso país que aprecia cinema, então é porque algo não está bem.

Se preferem também comentar aquele filme francês que só passa na sala x numa qualquer esquina de Lisboa, em vez de comentarem aquilo que está em cartaz, por mim tudo bem. Agora façam-me um favor, comentem isso bem, e não me enganem como fizeram com o "Iklimler".

sábado, 2 de outubro de 2010

Tempo de "celebrar"

Segundo as estatísticas do Blogspot, o meu blog ultrapassou as 1000 visitas. Um número pequeno comparando outros blogs com o mesmo tempo de vida. Mas por outro lado, para um blog que propositadamente não foi divulgado em massa, deixando-se descobrir aos poucos, o número passa a ser bastante razoável.

Não faço ideia de quantas pessoas o lêem, mas espero que estes textos que vou escrevendo sejam do vosso agrado. A falta de comentários não constitui qualquer problema, pois nem sempre as palavras saem (verdade seja dita, também comento pouco aquilo que leio noutros blogs).

Um muito obrigado a todos os que têm passado por aqui.