sábado, 31 de julho de 2010

Possivelmente, o último post do mês

Julho está a acabar. Um mês extremamente difícil, e isso reflecte-se no número de publicações feitas. O mês de Agosto será com certeza mais produtivo a nível de escrita, na esperança que daqui para a frente tudo evolua de forma exponencial. A motivação não falta. O tempo surgirá se a gestão for bem feita.

Encerro então este mês de actividades com uma referência. Além de ser um dos meus guitarristas favoritos, é um activista por natureza. Tom Morello, guitarrista dos Rage Against The Machine e dos Audioslave, é um mensageiro feroz de guitarra pronta a disparar as mensagens que poucos têm coragem dizer. Em Portugal existem também alguns mensageiros corajosos mas vestidos pelo manto da comédia, e que por esse motivo, num país como o nosso, não causam o impacto devido. Faltam os músicos sérios do antigamente que, verdade seja dita, nunca os ouvi no tempo devido.

Além disso, a crítica deve ser feita com músicas novas e não apenas com o material do passado. Infelizmente, devido à minha falta de talento nessa área, não conseguirem contribuir para a causa.

Nota: a título de curiosidade, e como já foi dito, a minha guitarra é muito semelhante à dele.

"O Par Mais Alto"


Hoje foi dia para gravar algumas músicas para ficarem para registo. Não se tratam de gravações finais nem nada que se pareça. Por vezes, de um momento para o outro, novos ritmos e novas formas de tocar uma música surgem como alternativa. Ter as músicas gravadas possibilita uma prova regular sobre as mesmas, numa tentativa um pouco falhada de conseguir ver o exterior de uma casa estando dentro dela.

Uma das músicas que gravei hoje chama-se "O Par Mais Alto". Ainda não tinha falado dela, pois ainda não tinha surgido oportunidade. O conceito da música é demasiado simples: o amor supera tudo. A letra é sobre um casal que é viciado em jogo, e que perde rios de dinheiro regularmente nesta actividade. No entanto o amor que sentem um pelo outro é tal que todo este azar não os afecta. Conseguem juntos superar qualquer adversidade, por mais dura que esta seja. Por outro lado, esta situação aparentemente simples pode levar a uma longa reflexão. Numa balança onde num prato se encontra a razão e noutro o amor, é necessário encontrar-se um desequilíbrio que permita resolver todos os problemas da melhor forma.

Tenho de admitir que quando comecei a escrever a letra pensei mais no conceito gráfico do que no conceito abstracto. O meu objectivo era criar uma letra sem grandes espinhas, que retratasse uma situação estranha. A melodia sofreu algumas modificações desde a primeira ideia, passando a ser uma música mais para o "mexido" (como vêm, os nomes técnicos que utilizo para definir as minhas músicas são fantásticos).

Com o repetitivo cantar desta letra surgiu uma nova abordagem e um novo modo de leitura. Fica ao critério de cada pensar nas teias que o ridículo desta trama pode tecer.

O Par Mais Alto

Vinham de mãos dadas à saída do casino.
Estavam depositadas todas as esperanças do mês.
Entre as risadas e os beijinhos no rosto.
Tinham perdido milhares na mesa dos porquês

Vivem cheios de copas fazendo a sua sorte.
Mas de ouros estão carentes criando aflições.
O azar declama a citação de Dumas,
Mas na hora morta só dois matam batalhões.

E se o castelo desabar,
Este não esmaga o mais belo par.
Pois o amor vence sempre,
Mesmo que a jogada
Seja a pior do Mundo
Nenhum deles bate fundo.
É Amor.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O fenómeno

Acho que não vale a pena escrever muito sobre este brilhante músico. Na companhia de Carlos Tê, Rui Veloso brinca com as palavras do velho amigo, vestindo-as de melodias únicas. O fenómeno da música portuguesa, ou direi mesmo, o maior músico português de sempre aliado a um génio da escrita.

Ponto de situação - volume I

Esta semana tem passado rápido demais. Quando parecia que teria tempo mais que suficiente para me debruçar em novas melodias e letras, eis que sou confrontado com um sem fim de actividades, desde trabalho a encontros com amigos, que fazem com que o tempo passe estranhamente rápido. É óbvio que gosto de todas estas actividades, mas aquele tempo de reflexão na companhia da solidão tem feito alguma falta. Preciso de gerir melhor o meu tempo então.

Ando extremamente satisfeito com a aceitação da música "O Baile" entre os meus amigos e entre alguns desconhecidos. Este fim de semana, num jantar bem regado, a música foi tocada e as reacções foram muito positivas. Obrigado aos meus amigos que já sabem a letra de cor, isso quer dizer mesmo muita coisa!

Para terminar este post que faz lembrar as letras gordas de um jornal diário, de referir que ontem fiquei muito contente com uma situação que raramente me aconteceu na vida: ganhei um passatempo. Não, não se trata de pura sorte, pois o passatempo consistia em escolher as 3 melhores frases para ganhar o livro "A Enciclopédia dos Serial Killers". A frase teria de incluir as palavras guerra, paz, assassino e algo que estivesse relacionado com livros (caderno, biblioteca, etc.). A frase foi enviada em meados de Junho:

"Ao folhear o seu velho caderno de memórias de guerra, o assassino relembra o seu passado a cada arrancar de página, assinando entre si e a sua alma um reconfortante tratado de paz."

O que mais me alegra além de ter ganho um livro interessante é saber que a minha escrita tem evoluído de tal forma que adquiriu a capacidade de ganhar passatempos. Um muito obrigado ao blog Páginas Desfolhadas (visitem que vale a pena).

Espero que num futuro próximo surjam posts com maior regularidade neste blog, ando com essa vontade.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Fraco perfil de um cantor de sucesso


Tive há dias a fazer uma rápida análise mental sobre o perfil usual de um cantor de sucesso no nosso país, e cheguei à seguinte conclusão: caso inicie uma "carreira" musical, nunca irei ter sucesso. Não é que procure o sucesso, pois este nem sempre é sinónimo de qualidade, mas posso já riscar essa palavra do meu caderninho.

Vou então por partes:
Um músico de sucesso teve uma época conturbada na sua vida. Ou esteve numa guerra, ou viveu numa ditadura, ou esteve isolado noutro país devido a esse mesmo regime, ou esteve preso. Todos estes pontos são logo boas razões para se fazerem boas letras. Nenhum destes cenários está presente na minha "biografia" (pelo menos por enquanto, com esta situação político-económica nunca se sabe).
Um músico de sucesso viveu vários anos num outro país, onde se enriqueceu culturalmente. Eu, por outro lado, sempre vivi no mesmo sítio.
Um músico de sucesso aprendeu com grandes e famosos "mestres" da música. Eu aprendi com amigos, inimigos, sábios, desconhecidos e comigo mesmo.
Um músico de sucesso tem um visual característico, que o distingue de todos os outros músicos. O meu visual não tem nada de especial.
Um músico de sucesso tem por vezes uma orientação sexual diferente. Eu pratico o mais vulgar dos "heterossexualismos".
Um músico de sucesso normalmente estudou/estuda música, em conservatórios ou escolas de música. Eu estudo Ciências Farmacêuticas.
Um músico de sucesso abusou das drogas durante uma fase da sua vida. Eu por vezes abuso do álcool às Quintas-feiras.
Um músico de sucesso tem por vezes pais que outrora foram grandes músicos, situação que comigo não acontece.
Um músico de sucesso hoje em dia tem de ter sorte. Eu já me revelei em tempos um péssimo apostador.

É óbvio que esta é uma visão demasiado geral, pois são várias as excepções que existem, pelo menos no nosso país. Existem músicos de sucesso que não partilham nenhuma destas características, como existem músicos com pouco sucesso que têm muitas delas. É óbvio também que um músico de sucesso deve ter qualidade (coisa que, com o tempo, acredito que vá ganhando).

Resumindo: esta fraca e rápida análise não me demove do meu passatempo musical. O prazer que este me dá ultrapassa qualquer visão de cenário futuro falhado.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A uma semana da libertação

Em teoria, Julho tem sido um mês muito complicado para pensar em coisas novas que não estejam relacionadas com Ciências Farmacêuticas. No entanto, na prática, não me posso queixar muito: duas músicas feitas na última semana não está mau, uma delas já falada num post anterior. Mas isto nem sempre acontece. Por vezes nem com mais tempo sai alguma coisa. Resumindo, apesar da boa "colheita", esta é definitivamente uma época pouco propícia a novas ideias. Falta uma semana para que a temporada criativa se inicie.

Há coisa de uma semana atrás, numa noite em que me apetecia escrever alguma coisa mas as ideias teimavam em não aparecer, defequei forçosamente um poema. Não lhe dei título, pois isso já era pedir demasiado. Acabou, a meu ver, por não ficar tão mal quanto isso, jogando a carta do "amor" para o tornar relativamente interessante. Muito provavelmente não o vou musicar, ficando perdido para sempre no saco das ideias rejeitadas.

Hoje é daqueles dias que nada me sai.
É difícil de explicar, mas por algum motivo,
por uma simples imagem, video ou frase,
da vontade de criar fiquei eu cativo.

Talvez seja do calor, quero eu acreditar.
Esperar que daqui a pouco tudo regresse.
Mas sem um pouco de amor para me refrescar,
Não conseguirem escrever mesmo se quisesse.

Penso então em ti, nos teus olhos castanhos,
Banais para muitos, mas vitais para mim.
Tentando assim então despertar criatividade,
E fazer com que as palavras dancem por fim.

Talvez seja batota pensar em ti para criar.
Pois com uma musa assim tudo sai perfeito.
Espero um dia agradecer-te toda esta ajuda,
Com estas músicas que vou fazendo sem jeito.

12/07/2010

quarta-feira, 14 de julho de 2010

02:07 - A recomendação

O meu cérebro frita pela quarta vez no mesmo óleo. Costumam dizer que isto não é coisa muito saudável. De facto a vida de estudante tem destas coisas.

Antes de dormir vou escrever muito rapidamente sobre um génio. Les Claypool é, muito provavelmente, o melhor baixista do Mundo. Não se define um baixista (ou qualquer outro músico) só pela sua qualidade técnica, mas também pela sua qualidade criativa. E Les Claypool tem ambas em quantidades absurdas. O funk mistura-se com o rock mais pesado, numa mistura de sons explosiva. Um estilo de música totalmente diferente daquele que idealizo, mas que me dá muito prazer em ouvir.

Não vou escrever nenhuma biografia sobre ele neste post, porque as horas também já não o permitem. Apenas deixo um vídeo de uma actuação de um dos seus projectos musicais. Uma música à semelhança do estado actual do meu cérebro. Não espero que gostem, pois isto é estupidamente estranho e genial ao mesmo tempo. Um post com um registo nada usual, para um estado mental que, infelizmente, será usual até ao fim deste mês.



terça-feira, 13 de julho de 2010

A fazer músicas nos intervalos

Tenho andado ultimamente a escrever letras, durante os intervalos do estudo, sobre temas completamente absurdos. E o mais absurdo ainda é que tenho gostado do resultado final.

Um último tema sobre o qual decidi escrever está relacionado com as expectativas e teorias que se criam em torno de uma pessoa que conhecemos "de vista". Esta situação pode acontecer de diversas maneiras. Por vezes existem aquelas paixões descabidas, pensamos que estamos a observar a melhor pessoa do mundo, mas vai-se a ver isso não acontece. Ou então não gostamos do aspecto de alguém e quando conhecemos melhor essa pessoa a situação torna-se totalmente oposta. É interessante pensar na forma como as aparências nos iludem, muito mais do que aquilo que estamos à espera.

Mas o que é que este tema tem de absurdo? Rigorosamente nada. Mas o contorno que lhe dei é que atinge essas proporções. A letra é uma espécie de história. O sujeito poético tem uma vizinha chamada Filomena (foi-lhe dado este nome simplesmente porque não conheço nenhuma Filomena, e assim evito chatices), pela qual nutre enorme paixão. Os seus cabelos escuros e os seus olhos azuis, aliados ao seu andar sedutor e misterioso, são o mote para esta "paixão". Este deseja conhecer os seus segredos, mas no entanto tem medo que Filomena seja uma pessoa diferente da que ele imagina. De realçar que entre eles existe a típica relação de vizinhos, o "Bom dia" do costume. Certo dia Filomena aborda o jovem e convida-o para um passeio. Desconfiado, aceita o convite, não esperando no entanto a aventura que daí surge, e que os une de uma forma surreal. Não vou revelar já a situação caricata da aventura, mas posso já adiantar que não se trata de uma situação de "sexos trocados" (sou doente, mas não chego a tanto). Além disso a letra ainda está muito fresca, pode ser que amanhã surja uma nova ideia e altere alguns versos.

Fiquei relativamente satisfeito com o resultado final. A música chama-se "Mena". A melodia e a letra estão viradas para um conceito de humor negro e sarcasmo, e penso que funcionam muito bem em conjunto. A inspiração principal veio da exaustiva audição que tenho feito do álbum "Mingos e os Samurais" do Rui Veloso (aos anos que não ouvia isto). Logo mostro então a música ao pessoal.

P.S. - A música até era para se chamar "Lena" (também não conheço nenhuma... creio eu), mas lembrei-me que o Boss AC já tinha uma música com esse nome, e a ideia foi logo renegada. Porquê Helena? Bem, acho que é fácil perceber...

Foto retirada de: http://olhares.aeiou.pt/helena_coelho_6_foto3112775.html

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Recomendação para começar o mês

Quando não se tem uma boa voz, isso não implica que não se possa cantar e tocar boa música. É óbvio que, no geral, os grandes monstros da música mundial têm grandes vozes, e esse factor é decisivo para a imagem de uma banda, por exemplo.

No entanto quando se trata de alguém que toca sozinho, que escreve a sua própria música, esse factor, a meu ver, nem sempre se aplica. A criatividade e a qualidade da música conseguem superar todas as limitações vocais que o músico possa ter. E esta é também uma teoria que me motiva imenso (não digo com isto que a música que faço seja genial).

Exemplo de uma situação destas é a do músico brasileiro Baden Powell. Virtuoso da guitarra, as músicas de Powell são verdadeiramente mágicas. Na voz, este é um humano normal. Mas a música, essa sim, é de outro mundo. Mais que não seja pelo título.


P.S. - Agora que penso nisto, acho que todas as recomendações e referências que tenho deixado neste blog são de indivíduos que não são dotados de grandes vozes (vá, o Milton tem uma grande voz, mas de resto...)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Um original para começar o mês

Primeiro post de Julho. Sendo o primeiro deste mês não implica que seja de boa qualidade. Isto porque, como já me fartei de repetir, o tempo para pensar em novas ideias não é muito.

Estou muito perto de ter um número aceitável de originais para começar a gravar como deve ser. Neste momento tenho 3 músicas quase a serem terminadas, faltando alguns poemas. Com estas 3 músicas que faltam fico então com uns 20 originais, o que não é nada mau para um "trabalho" de um ano. Alguns são bem melhores que outros, isto porque as ideias e motivações vão sendo alteradas a uma velocidade vertiginosa. Num ano consigo ter músicas completamente diferentes, tanto em melodias como em temas de letras.

Acho que já referi isto anteriormente, mas talvez necessite de definir um estilo para mim. Obviamente que esse estilo tem de ser do meu agrado, e que não seja escolhido tendo em conta as modas. Mas esta tarefa é complicadíssima, porque assim como não consigo apenas ouvir um género musical (ouço coisas tão distintas como Milton Nascimento e Pj Harvey), também não consigo definir um único género para os meus originais. Digamos que a minha música surge de emoções, e como não sou muito linear neste aspecto, as músicas que surgem são muito diferentes entre si.

Para terminar esta conversa, divulgo um original meu que foi feito em meados de Janeiro deste ano. Chama-se "A Fuga" e fala da falta de "licor" da rotina diária, e da procura de inspirações e emoções para a escrita. A gravação ainda é um esboço, mas com qualidade razoável. A letra é um pouco estranha, porque foi escrita "ao compasso de ideias desmedidas". O resultado final creio que é minimamente interessante (por questões estéticas do blog, deixo apenas o link):

http://www.youtube.com/watch?v=-6oGKRg_OM0